Comitiva de SC participa de conferência focada no papel da ciência para economia e avanços sociais do Brasil
Primeiro dia da Conferência Regional Sul de Ciência, Tecnologia e Inovação reuniu mais de 450 pessoas, na UTFPR em Curitiba. Os participantes debatem sugestões elencadas nas conferências estaduais e vão elaborar documento para a etapa nacional.
Mais de 450 pessoas, entre estudantes, professores e pesquisadores do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina participam da 5ª Conferência Regional Sul de Ciência, Tecnologia e Inovação, que nesta edição acontece no Paraná. O evento é realizado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Curitiba, e foi aberto nesta quinta-feira (25), com a presença do secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Inácio Arruda, e representantes dos governos estaduais da região Sul do Brasil.
A programação inclui painéis temáticos, grupos de trabalho e sessões plenárias envolvendo toda a comunidade científica. Participam instituições de ensino superior públicas e privadas, representantes do setor produtivo e ambientes promotores de inovação para discutir propostas de curto, médio e longo prazo para a ciência brasileira.
Com o tema Justiça, Sustentabilidade e Desenvolvimento, os participantes debatem, nestes dois dias, sugestões elencadas nas conferências estaduais, realizadas entre março e abril deste ano. O documento compilado será usado para elaborar a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), para o período de 2024 a 2030.
Inácio Arruda observou que, dos eventos regionais, esse é o maior, mostrando a grande mobilização do Sul. “Bateu todos os recordes”, disse. Ele avaliou o papel da ciência e tecnologia para a soberania do país e para responder dilemas sociais, como segurança, urbanização e preservação ambiental.
“Podemos recuperar e manter a produção de riquezas, expandir a infraestrutura, olhar adiante, para uma nova etapa da industrialização brasileira, contribuindo no processo produtivo e na distribuição de riquezas. Não tenhamos medo de colocar a ciência na mão do povo. Temos que atrair talentos de fora, mas reconhecer os que estão no País com grandes programas nacionais e, assim, colocar a ciência no topo do projeto de desenvolvimento brasileiro”, afirmou.
O presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), instituição ligada ao MCTI, Fernando Rizzo, discorreu sobre o crescimento da participação dos estados do Sul no desenvolvimento da ciência e tecnologia. “A integração entre os estados facilita a vitória frente aos desafios”, disse ele, destacando a ampliação do uso da inteligência artificial e seus impactos na ciência e no aprendizado. “Não dá para usar soluções antigas para problemas novos, por isso estas discussões são tão importantes”.
CENÁRIO REGIONAL – O primeiro painel apresentou o cenário da produção científica no Brasil. O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), Aldo Nelson Bona, ressaltou o protagonismo do Estado em fazer com que todos os ativos tecnológicos tenham os melhores resultados. “Isso passa pelo financiamento ampliado, que foi de R$ 100 milhões para R$ 718 milhões no fomento da ciência e tecnologia em áreas importantes, como biotecnologia, saúde, agricultura, agronegócio, desenvolvimento sustentável e transformação digital”, afirmou.
A importância das etapas estaduais e da regional da Conferência foi enfatizada por Diogo Quintino, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação de Santa Catarina (SCTI). “Nas conferências estaduais conseguimos levantar os desafios para entender como funciona todo o eixo de inovação e, a partir disso, num cenário regional, criar políticas públicas conectadas para acelerar o movimento científico e tecnológico nos três estados”, complementou.
Para a secretária de Estado da Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Simone Stülp, o encontro é essencial para a construção da política nacional do setor, com a criação de estratégias conjuntas. “Precisamos pensar em estratégia de desenvolvimento consolidada para o país, tanto para aspectos econômicos quanto sociais. Em especial, com a participação da academia, universidades, empresas e setor produtivo, assim como o papel fundamental do poder público na articulação destes processos e a vinculação com a sociedade civil organizada”, destacou.
AMPARO À PESQUISA – Nos dois dias de Conferência, os participantes formam grupos de trabalho e discutem temas como: reindustrialização e apoio à inovação empresarial; programas e projetos estratégicos; desenvolvimento social; popularização da ciência; e expansão do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
A programação prevê, ainda, painéis temáticos, grupos de trabalho e sessões plenárias deliberativas para votação de proposições para a ciência brasileira.
A iniciativa também contribui para a definição de políticas públicas em nível estadual. No Paraná, o debate articula ações de parceria e cooperação alinhadas ao Plano Plurianual, voltadas para uma economia com base no conhecimento.
ETAPAS – Em todo o Brasil, as conferências regionais de CTI são parte integrante da conferência nacional, que será promovida pelo MCTI entre 4 e 6 de junho, em Brasília. Esse evento maior envolve a articulação de mais de 40 instituições e oito ministérios. As conferências das regiões Sudeste e Norte aconteceram nos dias 11 e 12 de abril, em Vila Velha (ES), e 18 e 19 de abril, em Manaus. Depois da regional Sul estão previstos os eventos do Centro-Oeste, em 29 e 30 de abril, em Goiânia (GO) e do Nordeste, em 2 e 3 de maio, em Recife (PE).
A programação conta, ainda, com contribuições de diferentes instituições de ensino superior públicas e privadas. Os painéis e palestras são transmitidos pelo canal no YouTube da Universidade Virtual do Paraná (UVPR).